Estudo indica que crianças que roncam podem ter cérebro alterado – o que influencia no comportamento
Uma pesquisa, divulgada na Nature Communications, constatou que problemas comportamentais de crianças que roncam, como desatenção ou hiperatividade, podem estar associados a mudanças na estrutura do lobo frontal do cérebro. Para chegar nesses resultados, os pesquisadores analisaram cerca de 11 mil crianças com idades entre 9 e 10 anos. O “ronco habitual” – definido como ronco de pelo menos três noites por semana – foi relatado em 6,5% das crianças.
As descobertas mostraram que o ronco está ligado a volumes menores de várias regiões do lobo frontal do cérebro, uma área envolvida em funções cognitivas, como resolução de problemas, controle de impulso e interações sociais. “Essas mudanças cerebrais são semelhantes ao que você veria em crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade”, disse o autor principal do estudo, Amal Isaiah, pediatra da Escola de Medicina da Universidade de Maryland.
Mesmo com esses resultados, os pesquisadores afirmam, porém, que ainda é cedo para dizer se é o ronco que causa a redução dessas regiões no cérebro. O estudo também mostrou que as crianças que roncam com mais frequência geralmente exibem pior comportamento, de acordo com uma avaliação feita pelos pais.
Apesar de sugerir que as diferenças cerebrais em crianças que roncam indicam problemas de comportamento, os pesquisadores avaliam que é necessária a realização de mais pesquisas para confirmar uma relação direta. “Agora temos fortes evidências estruturais de imagens cerebrais para reforçar a importância de diagnosticar e tratar os distúrbios respiratórios do sono em crianças; Se você tem um filho que ronca mais de duas vezes por semana, ele precisa ser avaliado”, indica Isaiah.
Os pesquisadores recomendam que crianças que apresentam ronco durante o sono sejam encaminhadas para cuidados e acompanhamento médico – esses cuidados podem incluir avaliação e tratamento para diminuir ou eliminar o ronco da jornada noturna das crianças.
Fonte: Revista Crescer.
